sábado, 13 de agosto de 2011

Sobre o relatório de pesquisa do Richard (2)

Um tema importante no relatório é a análise de Foucault aos mecanismos normativos de construção do sujeito (sexualidade, poder jurídico etc). Aqui é importante salientar que para Foucault não há uma só matriz simbólica, mas várias. Se houvesse só uma, acabaríamos reproduzindo o esquema da causa da ação estar em um sujeito determinado (discurso, sexo, lei etc.).

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Relatório de Pesquisa do Richard sobre Foucault

O texto do Richard sobre o HS (vol. 1) do Foucault é uma boa introdução. Nele são apresentados conceitos centrais como sujeito, poder e sexualidade. Fica claro a partir da leitura do relatório que a grande questão da filosofia de Foucault é a sua busca pela identificação dos mecanismos através dos quais o poder totalizante e individualizante forja subjetividades e sujeitos. A estrutura gramatical da sentença cria a ilusão de que o sujeito é aquele que age e atua, mas ocorre que esse não tem autonomia para definir o seu desejo, pois ele mesmo submeteu-se a um poder produtivo que determina seu asujeitamento à norma e a identidade homogéneas.

Algumas questões podem ser levantadas:
  • que humano é esse anterior ao sujeito (p. 4)?
  • se não há sujeito anterior ao poder, que manipule a subjetivação de modo consciente e intencional, qual é a natureza desse poder? Aqui a noção de Bulter de performatividade pode ser muito útil.




o novo pai

Os pais de hoje em dia não querem mais ser apenas o 'pai provedor', mas querem passar mais tempo com os filhos e assumir tarefas antes destinadas apenas às mulheres, como cozinhar, arrumar a casa, verificar seu o filho fez dever etc. (Fonte: jornal Destak de 9 de agosto).

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

dados estatísticos

  • Uma em cada cinco mulheres será violentada sexulamente durante a vida (fonte: http://forum.vaidigital.com.br)
  • No Brasil, desde que foi criada há cinco anos a Lei Maria da Penha, são registrados por dia 241 casos de violência contra a mulher (fonte jornal Destak de 8 de agosto);
  • O principal desafio hoje é fazer com que o Supremo Tribunal Federal (STF) reconheça a constitucionalidade da Lei Maria da Pneha, pois quando isso ocrrer, os processos ficarão mais rápidos e os equipamentos de apoio à aplicabilidade da lei vão crescer (fonte jornal Destak de 8 de agosto).

domingo, 7 de agosto de 2011

Indicações de leitura

  • Terceira onda:
  • Louro,  Guacira Lopes. Gênero, sexualidade e educação (Vozes, 1997)
  • ----------------------------. Um corpo estranho -   ensaios sobre sexualidade e teoria queer (Autêntica)
  • Segunda onda:

  • Fraser, Nancy. "O que é crítico na teoria crítica?   (...)". In: Feminismo como crítica da modernidade. Org. pela Drucille   Cornell e S. Benhabib. Trad. N. Caixeiro (Rosa dos Ventos)
  • Benhabib, S. "O outro generalizado e o outro concreto   (...)". In: Feminismo como crítica da modernidade. Org. pela Drucille   Cornell e S. Benhabib. Trad. N. Caixeiro (Rosa dos Ventos)
  • Young, I. Marion. "A imparcialidade e o público cívico".   In: Feminismo como crítica da modernidade. Org. pela Drucille Cornell e   S. Benhabib. Trad. N. Caixeiro (Rosa dos Ventos)
  • ----------------------. "Categorias desajustadas (...)".   In: Gênero e política - Revista Brasileiro de ciência política (UnB,   2009)
  • Zerilli, Linda. "Rumo a uma teoria feminista do   julgamento". In: Gênero e política - Revista Brasileiro de ciência   política (UnB, 2009)

Leituras para o segundo encontro: 1 de setembro às 9 hrs.

  • Butler, Judith. Problemas de Gênero. Cap 1: "sujeitos do   sexo/;gênero;/desejo"
  • Haraway, Donna. "Manifesto cyborg". In: Buarque de Holanda, Heloisa (org.), Tendências   e debates do feminismo.

Leituras do primeiro encontro: dia 18 de agosto às 9 hrs.

  •  Primeiro Vol. do História da sexualidade de M. Foucault 
  • "Corpos que pesam" da Judith Butler. In: Louro, Guacira Lopes (org.). O corpo educado: pedagogias da sexualidade. Belo Horizonte: Autêntica, 2001.

As três ondas do feminismo

  • S. de Beauvoir representa a "primeira onda" do feminismo, pois coube a ela forjar o conceito de gênero quando disse "não se nasce mulher, tonar-se mulher", ou seja, a mulher torna-se mulher duas vezes, quando nasce e ao longo da vida. O gênero "mulher" está sujeito às relações desiguais de distribuição econômica e política. Como disse G, Lopes Louro (1997, 37), "Os estudos feministas estiveram sempre centralmente preocupados com as relações de poder".
  • As feministas da "segunda onda" detectam uma abordagem muito pequeno burguesa nos estudos de gênero e passaram a reivindicar uma legislação específica que atendesse aos interesses das mulheres de todas as classe sociais (com creches, atendimento médico adequado, política de aborto etc.). Na visão dessas feministas o Estado poderia ser o motor das melhorias. Nessa segunda onda, podemos incluir as propostas de Fraser e Nussbaum ambas acreditam, de diferentes modos que haja uma racionalidade, uma lógica, por trás dessas reivindicações que é facilmente conferida por qualquer cidadão, independente do gênero. Ainda na segunda onda, estão as filósofas multiculturalistas como Linda Zerilli e Iris Young que não compartilham a noção de uma racionalidade neutra, capaz de produzir leis e juízos absolutamente equânimes etc.
  • Hoje temos uma "terceira onda", que alguns dizem ser pós-feministas (mas que autoras como Judith Butler dizem que não, que são sim feministas). A ideia básica desse grupo é a de que o sexo/sexualidade e, principalmente a heteronormatividade, pautada na finalidade reprodutiva da sexualidade, como o gênero tb. é produto social. Esse grupo não acredita na capacidade do Estado de atender aos interesses dos indivíduos, pois o Estado, e as políticas públicas, trabalha com a lógica da norma, isto é, da lei, e da produção capitalista. Poderíamos chamar esse grupo de antiliberal ou mesmo anárquico, mas é um equivoco, na minha opinião, dizer que fogem das questões políticas. O problema é que a concepção de política desse grupo é completamente distinta do que estamos acostumados/as a pensar, baseia-se em uma política nietzschiana-foucaultina. Há dois elementos importantes nesta última perspectiva que precisam ser separados um do outro. Por um lado, está a infinita possibilidade de transformação social do corpo (dispositivos e tecnologias córporeas, tais como piercing, silicone, tatuagem, travestimento, entram em jogo para questionar a ordem binária que exclui os corpos abjetos), por outro está o reconhecimento de que o corpo não é uma matéria amorfa a espera de sua transformação, mas ele também guarda uma configuração específica que resiste a sua transformação, mas que não existe per se, mas sim esse corpo foi constituido performaticamente ao longo de uma série de ações repetidas.